Quando o outono bate à porta
- 7 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de nov. de 2024
A dúvida de muita gente quando pensa em aposentadoria é sobre o que fazer na última etapa de vida. Dúvidas e inseguranças são inevitáveis e, de fato, podem doer muito
Imagens: Freepik
Alguns preferem não pensar, teimam em não aceitar o inevitável, temem um futuro sombrio, entram em depressão, desenvolvem fobias e adoecem. Assim, vivem mal e encurtam ainda mais o seu tempo.
Como encarar novos desafios para os quais não nos preparamos adequadamente enquanto estivemos na ativa? Como estabelecer uma nova rotina quando se viveu apenas para o trabalho? Como enfrentar o sentimento de vazio, de inutilidade, de estar ao largo do mercado de trabalho?
Como viver no ninho vazio, e muitas vezes, sozinhos, sem o companheiro(a) de uma vida toda? Como assumir funções e responsabilidades antes delegadas ao parceiro(a)? O que inventar para espantar o tédio e preencher as longas horas de ócio, se sempre pensamos que isso seria perder tempo e que tempo é dinheiro? Como reagir diante do preconceito em sociedades que atribuem virtude e nobreza ao trabalho, que cultuam a juventude, a beleza e a boa forma física? Como permanecer mentalmente saudável quando a sociedade acha a velhice feia e inútil. Como estabelecer novos vínculos sociais fora do ambiente em que passamos a maior parte das nossas vidas?
Certas dúvidas e inseguranças são inevitáveis e, de fato, podem doer muito.
Quem amadurece com mais flexibilidade e sabedoria, pensa sobre tudo isso antes de bater a cara no muro. Assume que o trabalho não é tudo, que a vida pode (e deve) ser reinventada. Procuram enxergar o futuro pelo olhar da liberdade, quando, finalmente poderão fazer o que mais gostam, de forma diferente, com menos cobrança e pressão.
Pessoas assim se preparam mais cedo para aproveitar o tempo extra conquistado pela ciência e pelos cuidados do corpo e da mente. Refazem seu propósito de vida. Buscam novos caminhos. Usam seus aprendizados com sabedoria. Voltam aos estudos, aprimoram seus dotes culinários, compram um violão ou um jipe, consomem mais arte e cultura.
Divertem-se mais. Dedicam-se às velhas e boas amizade, socializam mais e expandem seu círculo, incluindo novos parceiros(as). Satisfazem-se com o que conquistaram, ajustam seus planos conforme seus recursos. Abandonam o mundo competitivo. Não se comparam mais com ninguém. Valorizam mais a simplicidade e menos a vaidade. Usam a liberdade para fazer o que pode ser feito nas estações que ainda estão por vir e se deixam levar alegremente pela vida sem ressentimentos, mágoa, remorso ou temor.
Vivem corajosamente todos os dias que teimam em chegar para quem está vivo.
Abra uma nova porta

Neste blog, vamos tratar de viver intensamente todos os dias. Vamos seguir o que diz a frase pintada em uma porta de garagem na rua Simpatia em São Paulo. Parece que o dono pensa como a gente. É tarde, mas não muito. Ainda temos tempo para realizar alguns sonhos. Vambora?
Aqui não vamos ficar insistindo em vida saudável, vitaminas, proteína, osteoporose, cuidados com a saúde, exercícios físicos, serviços médicos ou avanços da geriatria. São assuntos para os especialistas do seu convênio e já tem gente demais falando essas coisas.
Também queremos distância da positividade tóxica, das ingênuas frases de autoajuda, das receitas de chás milagrosos, do agasalho ideal para noites frias.
Aceite que não somos mais jovens, mas que ainda podemos aproveitar a vida. Buscamos oferecer palavras que tragam alegrias, ideias, projetos e inspirações para viver melhor. Não desprezamos o trabalho, apenas entendemos que o ritmo agora deve ser outro e a satisfação precisa vir em dobro, senão não tem graça.
Vamos partir do princípio que todos já sabem como cuidar de si mesmos
A vida já nos mostrou seus limites e sabemos que imprevistos acontecem, seja em viagens ou dentro de casa. Prudência e caldo de galinha sempre fazem bem, mas se a coisa apertar, já aprendemos a nos virar. Nessas situações, a experiência de vida ajuda a enxergar as próximas curvas e os solavancos quando se aproximam. Já descobrimos o que faz e, principalmente, o que não faz bem pra tosse. Mas prepare-se que a vida sempre traz novidades.
Se não aprendemos tudo, ainda temos tempo!
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