O xis da questão
- 16 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 31 de jan.
O diabo sabe que gente improdutiva, enroladora e de caráter duvidoso se espalhou de forma assustadora no pós-Paraíso e infestou pequenas, médias e grandes corporações
Imagens: Freepik
É fato que o mundo corporativo está cada vez mais agressivo e tóxico pela concorrência exacerbada dentro e fora das organizações. Mas a maior parte dos conflitos, surge por falta de diálogo, transparência e boa governança.
Sejamos claros: no capitalismo real, uns querem explorar os outros. Generalizando, temos de um lado, gestores que querem cortar custos, pagar pouco para aumentar o lucro da empresa e os dividendos dos acionistas para mostrar eficiência e engordar o próprio bônus. Em alguns casos, limitam os meios e estrangulam a atividade-fim.
Do outro, e generalizando também, têm os que apostam na força da juventude convencidos da própria autossuficiência e genialidade: querem ser promovidos ontem, ganhar altos salários agora, oferecendo em troca baixo engajamento e entregas de pouca qualidade. Vivem quase aleatoriamente. Alguns produzem muito calor e pouca luz.
Os mais experientes (“velhos”) já viram e ouviram muita balela na vida. Sabem a diferença entre monges e executivos, filosofia e autoajuda, ciência e chute. Não acreditam mais em antigos mantras renovados, sabem que palavras da moda servem apenas para renomear velhos problemas sem solução. Em poucos meses, mudarão de nomes para disfarçar incompetências e entrarão em desuso, substituídos por novas gírias corporativas.
É certo que existem uns tios folgados que acham que sabem tudo, não se atualizam, são inflexíveis e autoritários. Falam muito, fazem pouco, não ensinam ninguém e não trazem nenhuma ideia inovadora. O diabo sabe que gente improdutiva, enroladora e de caráter duvidoso se espalhou de forma assustadora no pós-Paraíso e infestou pequenas, médias e grandes corporações.
Os mais velhos sofrem com suas limitações para acompanhar a velocidade da tecnologia digital. A dificuldade é real, e sendo mais lentos nesse quesito, acabam menosprezados como se não tivessem outras habilidades e competências. Falar em experiência é quase desaforo e motivo de escárnio.
Para os nativos da Era Digital, qualquer lugar é um ambiente ultracompetitivo, individualista, movido a falácias que certamente acabarão desmascaradas pelo tempo. Meritocracia, por exemplo.
A exposição excessiva ao mundo online, ambientes virtuais insalubres, informações e conteúdos falsos, ideologias deturpadas ou inadequadas para a idade podem causar dependência exagerada de recursos tecnológicos, dificuldade de convivência no mundo offline e distúrbios à saúde mental com riscos iminentes ao bem-estar e à estabilidade emocional dos colaboradores.
Sonhos inalcançáveis e metas irrealizáveis induzem ao fracasso e à humilhação.
Burnout à vista. Game over!
Comments